terça-feira, 8 de janeiro de 2013

O PSB e o paradigma da renovação política

por Rafael Fernandes, Presidente do PSB¹ de Tapes


Nas últimas eleições municipais, o eleitorado de todas as regiões do Brasil mostrou uma forte tendência em apoiar e eleger novos candidatos, que nunca antes tinham colocado seus nomes em disputas eleitorais ou que demonstravam ser alternativas viáveis aos chamados políticos tradicionais, ou seja, preferiram as novidades e deixaram de lado aqueles que costumeiramente aparecem como candidatos e que anteriormente já ocuparam os cargos que disputavam. Não foram poucos os casos de empresários, professores, médicos e profissionais liberais que ingressaram na vida pública sendo eleitos prefeitos e vereadores já na primeira eleição que disputavam. Esta preferência do eleitor demonstra que há um amadurecimento da nossa democracia e que existe um clamor popular pela renovação da política, sobretudo pela renovação do perfil dos representantes e líderes políticos. Uma nova tendência que pode ser vista como uma uma consequência da rejeição da sociedade à atual classe política dominante, envolvida em escândalos e denúncias ou simplesmente inoperante na tarefa de dar respostas positivas aos cidadãos, e influência de um debate político e eleitoral cada vez mais presente nas redes sociais (internet).

O fato é que a sociedade começa a querer respostas, cobrar resultados, deixa de se iludir de maneira fácil com discursos vazios ou promessas e busca formas de renovar as práticas de quem ocupa cargos públicos optando por um outro perfil de gestor público. Nesse caminho, a utilização de ferramentas participativas e a construção de um diálogo permanente com grupos organizados pode ser um diferencial poderoso para os candidatos e gestores. É um processo lento, difícil, sujeito a muitas decepções, mas necessário para a melhoria da gestão pública. Os orçamentos públicos crescem embalados pelo aumento das receitas públicas e pelo crescimento econômico do País, mas as estruturas públicas continuam com os mesmos prédios, com os mesmos aparelhos e com os velhos problemas. Os órgãos públicos não fazem investimentos e justificam sua inércia pelo comprometimento das receitas com a manutenção da máquina estatal, onde os gastos com pessoal são muito representativos. Nesta mesma conjuntura, muitos servidores públicos recebem uma remuneração indigna. Esta é a análise de um quadro geral do País, mas confirma a realidade de milhares de pequenos municípios brasileiros.

O rompimento deste ciclo de causas previsíveis e consequências irreparáveis, onde o grande prejudicado é o cidadão que demanda serviços públicos de saúde, educação, infraestrutura urbana, entre outros, depende de uma mudança de paradigma que inicia-se em pequenos movimentos como estes que vimos nas eleições municipais de 2012. Para o Partido Socialista Brasileiro (PSB) de Tapes, a prioridade está em criar um movimento político, mais amplo que o próprio Partido, que possa aproximar as pessoas do debate de ideias sobre a sua cidade, da participação nos conselhos municipais de políticas públicas e da fiscalização das ações de governo. Na compreensão dos socialistas, embora as administrações municipais deem claros sinais de que não estão preparadas para construir mecanismos de participação popular na formulação de políticas públicas, temos que capacitar e desenvolver a sociedade para esta tarefa e ela própria exigirá um governo à altura deste desafio.

As principais diretrizes deste novo movimento partidário, denominado "Partido em Movimento", foram discutidas e aprovadas pela militância do PSB de Tapes em novembro de 2012 e começam a ser colocadas em prática desde o início do ano de 2013. Num primeiro momento será realizado um ciclo de debates que pretende planificar um conjunto de propostas e identificar as discussões que vem sendo travadas acerca da cidadania e da participação dos cidadãos na vida política da cidade. O desafio partidário é inovar no método, fazendo com que as pessoas não somente sintam-se representadas, mas que possam participar do debate e contribuir através das suas ideias. Participar de um partido político é um desafio muito mais intenso que votar em um determinado candidato. Porém, a convicção do PSB é a de que o povo só conseguirá de fato renovar a política quando ele estiver inserido no processo decisório que antecede o período eleitoral e que perdura após a posse dos eleitos. E que a qualidade da Agenda Política que temos que elaborar para nossa cidade será diretamente proporcional ao tamanho da participação popular que conseguirmos mobilizar neste processo de debates. Uma constatação óbvia: política se faz com o povo.

¹ Partido Socialista Brasileiro.

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